domingo, 7 de dezembro de 2008

8 de Dezembro – O madeiro da 174


Quem não se lembra, quando estávamos em Moatize, de ter ido buscar o madeiro, naquele dia 8 de Dezembro de 1962?
Foi uma agradável jornada, aquela, que fez recordar a conhecida tradição da Beira, já que é essa a naturalidade da maioria do pessoal da CCaç 174.
E foi um dia especial de nostalgia e de saudade, pois era também (e ainda) o DIA DA MÃE (dizemos «ainda» porque a fúria consumista dos novos tempos haveria de transferir este dia para o 1.º domingo de Maio, época bem mais favorável para o negócio das prendinhas).
O madeiro agitou e animou as «tropas», que participaram em força. Não faltou o garrafão, nem a concertina, nem as cantigas à desgarrada.
Aconteceu até algo raro, só justificável para dar relevo e autenticidade à tradição: uma forte bátega de água surpreendeu-nos no regresso, e os troncos foram descarregados debaixo de água, no quartel.

A imagem representa as páginas 34 e 35 do Jornal do Exército n.º432, de Dezembro de 1995.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

As fotos do Valdemar











Este conjunto de fotografias, de 1962-1963, foi-nos cedido pelo José Martins, filho do nosso antigo camarada da CÇaç 174, Valdemar Ropio Martins, que foi condutor-auto (n.º 251/59?) do 4.º Pelotão – o Pelotão de Acompanhamento –, cujo comandante era o Alferes Madeira, infelizmente já falecido.
Nestes quase cinquenta anos que já lá vão, o Valdemar, que é natural de Santa Susana-Alcácer do Sal, fez a sua vida emigrado na Alemanha, onde trabalhou numa fábrica de rolamentos.
Sendo reformado como chefe de equipa, este nosso camarada vive agora em Setúbal.
Além do José, que descobriu o nosso blogue, o Valdemar tem ainda uma filha, a Anabela.
As fotos vão numeradas para facilitar a sua referência. Comentários no blogue ou para o e-mail a.calamote@gmail.com

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Nanducha


Filho do casal Tendeiro, dos caminhos-de-ferro de Moatize, este menino é o Nanducha, que adorava ir ao quartel, onde tinha imensos amigos, que – não bastasse a sua simpatia natural! – projectavam nele as lembranças e as saudades de filhos, irmãos e familiares que tinham deixado na «Metrópole».
Tinha ainda o Nanducha a atracção da pequenina swala, que os rapazes de 174 tinham recolhido abandonada e criavam com o maior desvelo no interior do aquartelamento.
A foto é de 1963. O casal Tendeiro era de grande simpatia para os militares da Companhia, sendo raro o dia que não tinha alguns deles à sua mesa, particularmente em dias festivos.
Passado pouco tempo de termos regressado, tivemos notícia de um trágico acidente ferroviário na linha de Moatize, de que resultaram vários mortos e feridos, referindo-se, mesmo, a hospitalização, em estado grave, «de um casal de apelido Tendeiro, com um filhinho de 6 anos». Não soubemos, até agora, outros pormenores, mas desejamos sinceramente que estas três esplêndidas criaturas, se tenham salvo com vida daquela sombria catástrofe. Deus o queira!

domingo, 12 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pausa para o refresco


Moatize. 1962. Domingo.
Estes três rapazes decidiram fazer de conta que estavam noutro lado, que foram até à cervejaria, que se instalaram na esplanada e que iriam beber uma cervejinha. Bem... não era bem uma cervejinha: naquele tempo ainda só as havia formato king size, ou XXL, conforme os padrões de medida. Os rapazes são o Calamote o Baptista e o Gonçalo, ainda novinhos em folha.
E se bem o pensaram, melhor o fizeram. Foram até à camarata, puxaram da mala, sacudiram a naftalina e puseram o seu melhor fato à civil, com gravatinha e tudo.
Algumas das cervejas são a brincar, mas as louras laurentinas lá estão a refrescar os moços!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A «Bela»


Lembram-se dela?
Já não me recordo de quem a trouxe para o quartel, mas sei que foi durante bastante tempo o alvo dos cuidados e desvelos de toda a malta da 174.
Era a «Bela», se a memória me não atraiçoa, esta beleza de mascote.
Foi criada a biberão e teve mais de uma centena de atenciosas e carinhosas amas, de quem era o «menino Jesus».
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Recordar Moatize



A estação de caminho-de-ferro de Moatize, e uma fugaz vista sobre a povoação é o que aqui vos deixo, para recordarem um pouco aquela que foi a nossa terra durante quase dois longos anos, na fase mais pujante da nossa juventude... há quase meio século!
(As imagens, «emprestadas» pela Internet, pertencem a Amanda Rachel Gardner e são de 2007).

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Moatize, distrito da província de Tete


Depois de ter sofrido grandes atrasos desenvolvimentais durante a guerra-civil que se seguiu à independência, Moatize foi elevada, em 1998, à categoria de município, e é agora a sede do distrito do mesmo nome, na província de Tete.
Tem limites com os distritos de Tsangano de Chiuta , de Changara, de Tete, de Guro e Tambara da província de Manica, com o distrito de Mutarara e com o Malawi.
De acordo com o censo de 1997, o distrito possuía 109 103 habitantes e uma área de 8 879 km², o que dá uma densidade populacional de 12,3 h/km². Administrativamente está dividido em três postos: Kambulatsitsi, Moatize e Zóbué. O Posto Administrativo de Moatize compreende as localidades de Benga, Mbpanzo, Moatize e Msungo.
Como sabemos, Moatize possui gigantescos jazigos de combustível fóssil – carvão mineral – estimados em 2,4 biliões de toneladas, o que a torna num dos maiores depósitos do hemisfério sul. A exploração em grande escala já se encontra concessionada a companhias estrangeiras, pelo que a Moatize que nós conhecemos há quase meio século, possui, agora, todas as condições para vir a ser uma grande e próspera cidade de Moçambique e de África.
Tudo de bom para Moatize, são os votos da CCaç 174!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Convívio de 2008 da CCaç 174


(Clicar para ampliar)
Saldou-se por um grande sucesso de participação e de qualidade o convívio deste ano da Companhia de Caçadores n.º 174, em Castelo Branco, no passado sábado, dia 7 de Junho.
Registou-se a presença de mais de cem pessoas, tendo em conta o já habitual costume de agregar, à confraternização, as respectivas famílias, aliás tanto ou mais estusiastas do que os próprios ex-companheiros de armas.
Após a missa, por intenção dos companheiros já desaparecidos, seguiu-se o almoço. Este teve lugar no Restaurante Kalifa, que primou por apresentar um óptimo serviço e uma esplêndida e abundante refeição, onde a tónica, quer dos alimentos, quer das bebidas ou das sobremesas, foi a rica gastronomia da Beira Baixa.
Um especial agradecimento à organização, na pessoa do João Bispo Rosa Pereira, por nos ter proporcionado uma tarde excelente.
No próximo ano o convívio será no Entroncamento. Lá estaremos, se Deus quiser.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vem aí a confraternização de 2008


Em 7 de Junho de 2008, como vem sendo hábito todos os anos, os antigos companheiros da Companhia de Caçadores 174 realizam mais uma confraternização, desta vez em Castelo Branco, a cidade que os viu partir, há 47 anos, de dentro do quartel do Batalhão de Caçadores n.º 6, rumo à desconhecida e misteriosa «província ultramarina» de Moçambique.
O evento, que está a cargo do companheiro João Bispo Rosa Pereira, terá lugar no restaurante Kalifa, no centro da cidade. A concentração começa, frente à Câmara, às 11h30, e o almoço está marcado para as 13h30, sendo precedido de missa por intenção dos companheiros falecidos.
Irá ser, como é sempre, um pretexto de gratas recordações e um momento, mais, de consolidação da grande camaradagem e amizade que nos une.
Na foto: aspecto da confraternização de 2004.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Secção-Maravilha?


Eis, meus amigos, a Secção de Lança-Granadas Foguete, do Pelotão de Acompanhamento, da Companhia de Caçadores 174.
Não era, não senhor: não era a secção-maravilha.
Mas era, com toda a certeza, uma maravilha de secção!
Eles aqui estão, garbosos, já em terras moçambicanas, em Agosto de 1961, pouco tempo após o início da comissão.
Durante vinte e seis meses, estes nove homens saberiam ser uma equipa coesa e abnegada, cimentando uma grande amizade recíproca, que perdura ainda hoje.
Para vós, esta singela homenagem.
A. Calamote.

domingo, 18 de maio de 2008

Quartel em Moatize...

Ao fim de 14 meses de comissão tivemos o nosso quartel, novinho em folha, com dois portentosos embondeiros nas estremas. Foto de Setembro de 1963.

Chegada a Moatize

Esta foto é de Abril de 1962 e tínhamos chegado recentemente a Moatize, próximo de Tete. Não havia quartel e fomos acantonados nas instalações da Companhia Carbonífera (CCM).
Apesar de se ver um grande edifício, a palhota de primeiro plano é o nosso refeitório; também se vê o depósito da água (que é fervida e depois filtrada), o parque-auto (ao relento) e o assador de churrascos. O resto das instalações fica encoberto com o refeitório.

O elemento dominante é o pó de carvão, que nos suja os lençois da cama e o corpo, que depois lavamos com água barrenta do rio, a mesma que é usada nas máquinas.

Vamos ter que fazer um quartel...

sábado, 17 de maio de 2008

Saudação

Já lá vai quase meio século que a cidade de Castelo Branco reuniu centena e meia de garbosos mancebos, lhes deu uma farda, lhes ensinou algo que tinha a ver com PATRIOTISMO, SENTIDO DO DEVER e CAMARADAGEM, e os mandou passar dois longos anos para o outro lado do mundo.

Elem cumpriram sem vacilar, superando dificuldades e insuficiências. Fizeram-no a pedido da pátria; sentiram que era esse o seu dever; cimentaram uma enorme camaradagem.

Camaradagem que perdurou para além daqueles dois dilatados anos. Camaradagem que continuaram a cultivar desde o já longínquo ano de 1963, em que retornaram à bela cidade da Beira Baixa, para desmobilizarem e cada um regressar a sua casa.

Perseverantemente, todos os anos se têm reunido num agradável e sempre concorrido almoço de confraternização – agora já extensivo a filhos e a netos...

Ao iniciar este blogue, que eu desejo que seja participado por muitos de vós, aqui deixo a minha mais sentida homenagem e a mais amiga saudação a todos os briosos rapazes da CCaç 174.